quarta-feira, 15 de maio de 2013

O conselho tutelar dos pais


Outro dia juro que ouvi isso, lá pelas 19h30, aquele horário crítico pra quem tem filho e trabalha:
- Vou chamar o conselho tutelar.
- Ah tá, por quê?
- Maus tratos. Vocês não respeitam meus sentimentos. Todo dia tem que tomar banho e fazer o tema.
- Me poupe, Anita! O Conselho vai nos dar os parabéns porque é exatamente isso que os pais têm que fazer.


Nessas horas fico querendo EU chamar um conselho tutelar que dê um bom puxão de orelhas nessas crianças que não querem obedecer.

A Anita tá parecendo a mãe de uma amiga minha. Aos 70 anos, vai à ginástica mais pra fazer piada do que outra coisa. Adora ameaçar o professor citando o Estatuto do Idoso.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tosse, passinhos, viagem e galinha pintadinha

por Ana Emília Cardoso

Vamos por tópicos: tosse. Tudo começou há um mês. Ela tossia de madrugada, uma tosse seca, longa e espaçada. To virando especialista em descrever tosse. Eu achava que era frio, enfiava-lhe um vestido por cima do body e ela seguia dormindo. De uns tempos pra cá, a tosse não parou mais com a operação vestido. Levei na pediatra e incluí o Allegra e o Busonid na rotina halopática do dia.

Na quarta-feira feriado ela tossiu o dia todo. Minha cabeça já pensa em tudo: será que não engoliu uma moeda e tá entalada em algum lugar? Na cabeça da plantonista do Hospital Moinhos de Vento também passa coisa: olha, pode ser coqueluche. Se for, ela vai tossir 3 meses seguidos, não adianta dar remédio.

A tosse tá encorpada, com um buquê de catarro, isso sim. E a bichinha tira a chupeta, quase põe os bofes pra fora, e - ao final- põe a chups na boca de novo. Figura.

Ontem ela tava ruim. Seguia toda trancada, agora com febre e choro constante. Tive que buscá-la na escola. A pediatra me receitou Aerolin. Ah, as bombinhas! Bombinha é vida. Bem me lembro, eu pequena, morrendo de falta de ar, minha mãe pegava uma bombinha que ficava escondida no armário do banheiro dos meus pais da casa da chácara e bastava um jato pra eu me sentir viva de novo.

Claro que com a Aurora não é bem assim: tem o espaçador (uma máscara) com quem ela briga de faca e a ingratidão. Ao contrário de mim que daria o mundo pra minha mãe por me devolver o ar da graça, ela fica furiosa. To bem aliviada agora. Filho doente é como uma bolha no sapato, que a gente não consegue esquecer nenhum segundo.

Assunto 2: passinhos. Ela tá andando. Começou com dois ou três passos, só caminhava quando dava na cachola e apenas na direção de pessoas que gostava. Agora não. Eu, como sou exibida das habilidades das minha filhas, na semana passada, já fui até o salão com ela de mãozinha. Coisa mais fofa do mundo.

Pauta 3: viagem. Fomos pra Curitiba visitar minha família no último finde. Tudo correu tranqüilo. Família e amigos impressionados com a calma e a fofura da Aurora e com a beleza e a perspicácia da Anita, mas, a parte área foi complexa. Segurar a Aurora no Salgado Filho lotado na sexta à noite foi o equivalente a correr meia maratona ao meio dia, no verão gaúcho. Mantê-la sentada no avião de volta foi como subir de escadas um arranha-céu daqueles de Puerto Madero. Com ela no colo.

E, finalmente, nossa amiga Pó pó pó pó pó pó: a galinha pintadinha! Minha filhas herdaram do pai uma tendência ao vício em coisas eletrônicas, só pode. Ela não gosta da galinha, ela ama, com todo esplendor do seu coraçãozinho. Mais do que o Marcos venerou na vida qualquer Angry Birds ou a Anita perdeu horas que poderia estar brincando no Plants X Zombies. Tadinha, seria capaz de passar o dia todo assistindo. Fica de joelhos, batendo palminha e cantando junto: a, u, éééé

Hoje, mal acordou, foi pra sala. Um dedo na tv, tentando ligar e o outro segurando o dvdzinho. Eu é que não vou reclamar, assim, consigo tomar banho, comer e responder emails! Outra coisa boa desta paixão é que eu já sei o que dar pra ela de aníver. To até imaginando a alegria da minha batatinha fofa com uma galinha  bem grande de pelúcia, que toque musiquinhas.