quinta-feira, 20 de junho de 2013

A cura da asma

por Ana Emília Cardoso

Levanta a mão quem tá com o filho em casa, sem poder ir pra escolinha. É por essa e todas as outras coisas que eu odeio o inverno.

A Aurora é a cara do pai, mas o pulmão é meu. Tadinha, tá sofrendo de asma, com chiados e tosses infinitas. Tenho dado bombinha e o tal Prelone, a sensação dos pediatras em 2013.

Sempre fui contra criança na cama dos pais e agora to aí, dormindo colada nela pra ajudá-la a respirar com meus providenciais tapinhas nas costas a cada acesso de tosse.

Fazia uns dois meses que ela estava bem, sem nariz melequento ou tosse de catarro. Mas, algo deu errado e eu não sei exatamente o quê. Talvez tenham sido os novos banhos, bem mais demorados ou os passeios de bicicleta mesmo quando está frio.

Da última vez que minha bolinha ficou mal eu já tava quase apelando pra reiki, cromoterapia, florais e tratamento espírita.

Agora, mas precavida, estou com três simpatias na mão, prontinhas para serem postas em prática, caso a halopatia não me resolva a contento. Direto da Ilha da Pintada:

- Unhas cruzadas: emparelhe a criança enferma numa parede de madeira e faça um talho na altura da criança. Corte as unhas da mão direita, do pé esquerdo, da mão esquerda e finalmente o pé direito. Ou melhor, comece pelo pé direito para dar sorte e inverta toda a sequência. O importante é cortar em diagonal. Junte as 20 unhinhas (quem tem filho sabe o quanto isso é difícil, eu sempre perco) e enfie-as no talho da parede. Assim que a criança crescer e ficar mais alta que o local marcado, nunca mais terá asma.

- Cuspir na boca do peixe: pesque um peixe qualquer, peça pra criança cuspir na boca dele e devolva-o pra água. A Aurora ainda não tem coordenação para essa ;(

- Cabelo, cabeleira, descabelado: essa é fácil. Você faz a promessa, se a criança melhora, pronto: é só deixar o cabelo crescer - sem cortar nem a pontinha - até os sete anos. Eu adoro cortar cabelo de criança, então, pra mim, essa não serve.

Se dão certo eu não sei, mas que muita gente se criou com estes métodos, isso sou testemunha. Bom mesmo é ir morar no nordeste. Mas, enquanto isso não é possível, eu me viro com o que dá, tentando achar alguma graça num dia terrível como hoje.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O sutien infantil


Talvez ela precise do seu sutiãzinho daqui uns 3 ou 4 anos. Acho difícil. A constituição da moça é vara-pau. Se sair à mãe, só precisará lançar mão deste tipo de roupa de baixo depois dos 15 anos. Anita tem 8, recém-completos, mas ganhou um porta-seios de uma amiga da família e ficou eufórica.

Minha sogra vibrou com o presente. "Teta caída nunca mais", bradou. Isso virou um meme aqui em casa. Brincadeiras à parte, a empolgação da Anita com a pequena peça de vestuário durou bem uma semana. Aí, botou pra lavar e esqueceu.

Ontem, no entanto, ao separar a roupa pra vestir depois do banho, ela apanhou-o. "Nem sei porque eu uso este sutien".  Eu ri. "Anita, tu usá-lo já é engraçado, mas tu falar sutien é mais ainda!".

Ela respondeu que acredita que os mais velhos têm mais sabedoria e como a vovó Isa fala sutien, ao invés de sutiã, esse deve ser o jeito realmente correto de se falar. Ok, teta caída nunca mais. Não vou discutir.